segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O Palhaço



"O gato bebe leite.... O rato come queijo... E eu sou o quê?''

Ainda estou sob o efeito de encantamento do filme O Palhaço, dirigido pelo maravilhoso Selton Mello. Este texto não será propriamente uma resenha, mas uma tentativa de expressar os sentimentos e pensamentos que o filme despertou em mim.
Antes de tudo, preciso avisar que sempre tive paixão por palhaços. O palhaço é a forma mais pura de representação dos sentimentos humanos. De um lado a alegria, o riso, o ''ser bobo por vontade'', o espírito de criança... Do outro lado a lágrima, a vontade de entender o que não se pode entender, o sorriso que não acontece.
Ao palhaço tudo é permitido. É permitido ser bravo, ignorante, meigo, bobo, ingênuo, esperto. É permitido porque o palhaço não fere. A doçura é intrínseca.
Em O Palhaço, Selton Mello e Paulo José mostram essa doçura com maestria. A grande mensagem do filme é expressa pela frase que inicia este post. Se cada um deve fazer o que sabe, o que sou eu então? E por quê um palhaço para representar esta escolha?
Acredito que o palhaço é a representação de um estado da alma. Não é simplesmente fazer rir. É fazer fazer cócegas nos sonhos das pessoas. Não é simplesmente uma profissão. Muitas pessoas são médicos, engenheiros ou professores apenas da porta do consultório, do escritório ou da sala de aula pra dentro. Fora de lá são pessoas completamente diferentes. E, para mim, a grande pergunta foi: E você? É realmente o que escolheu ser?
O ventilador, que tanto atormentou os pensamentos de Benjamim, me pareceu a necessidade de ventilação que os sonhos tem. Temos a terrível mania de nos sufocarmos com compromissos e preocupações e acabamos nos esquecendo do que realmente importa: a essência daquilo que escolhemos fazer.
Um filme que realmente merece ser visto. Não só por todos esses pensamentos e sensações lindas que ele provoca, mas também pela produção e elenco. Atores consagradíssimos fazendo pequenos papéis, mas de suma importância.
Outro fato que me deixa muito orgulhosa do cinema brasileiro é este filme não precisar de baixaria e palavrão para ser forte e intenso.
E viva o cinema brasileiro!


Luana H.

2 comentários:

  1. Temos a terrível mania de nos sufocarmos com compromissos e preocupações e acabamos nos esquecendo do que realmente importa: a essência daquilo que escolhemos fazer.

    Acho que foi o melhor trecho, o que mais transmite sua ideia. Não pude ver O Palhaço (porque sou lerda e fiquei esperando os outros rs), mas espero baixar logo e sentir tudo isso que você sentiu. Só posso falar que, mesmo de quem não é fã do cinema nacional, só ouvi elogios. Que assim seja.

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  2. Oi, Lu! Depois de alguns séculos, descubro seu novo blog! Dei uma geral nos posts e percebo que você continua evoluindo muito bem na escrita. Deixo aqui minha alegria em saber que você continua na ativa (meio inconstante, como eu atualmente)e também o meu bjoo!!

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