quarta-feira, 29 de junho de 2011

Egoísmo. Oportunismo. Amor.

'' Mas quem tem coragem de ouvir

Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento...''


Quem não acompanhava o Contos e Confissões ainda não sabe de uma grande paixão que venho descobrindo: Sou professora.

Confesso que a profissão que escolhi me emociona muito e me inspira diversos sentimentos. Nobres ou não, o maior deles é o egoísmo.

Pois bem. Resolvi ser professora por puro egoísmo. Isso. Egoísmo puríssimo.

Egoísmo porque vejo neles traços dos meus colegas de escola, dos meus momentos de escola e, até mesmo, traços de mim mesma.

Egoísmo porque projeto neles o que eu fui, o que eu não fui, o que gostaria de ter sido...

Egoísmo por me sentir responsável, um pouquinho que seja, pelo futuro deles.

Profundamente egoísta porque quando vejo o desespero deles diante de uma prova ou um trabalho da escola, lembro que eu já passei por isso. E assim como eles, achei que nunca ia passar. E passou. Assim como tudo vai passar, menos as boas lembranças.

Egoísta ao ponto de procurar no rostinho deles semelhanças com o meu e pensar: Será que meu filho vai ser assim?

O amor de adolescente, o riso sincero da brincadeira de criança, a amizade que parece ser eterna, o companheirismo. Um egoísmo que me permite olhar de outro modo tudo isso, sabendo que já passei por aquilo e sinto muita saudade. Ou será inveja?

Oportunismo. Isso. Oportunismo. Aproveito-me da oportunidade de conviver com o fruto de nove meses de espera de outra mulher para experimentar um pouquinho da sensação de querer proteger e educar uma criança. Da vontade de querer aplacar suas dores, abraçar, ver o desenvolvimento, chorar de emoção nas apresentações. Experimentar um pouco, mas bem pouco mesmo, do que é ser mãe.

Não. É egoísmo mesmo. Egoísmo porque tiro deles a força para continuar, mesmo quando todas as vozes dizem que não vai dar certo.

Egoísmo do mais puro, e por que não do mais nobre também, porque tenho o sonho utópico de que as palavras levadas por meus alunos ainda vão mudar o mundo.


Luana H.


quarta-feira, 22 de junho de 2011

L.


''One forgotten phone call and I'm deflated
Oh these little defenses how they fail to comfort me
Your hand pulling away and I'm devastated...''
Alanis Morissette - So Unsexy

13 anos para sempre?
Algumas amigas superficiais. Uma paixão platônica para se distrair.
E, pra completar, uma ideia que ainda me assola. A sensação de ser substituta em tudo. Nunca o primeiro plano. Jamais o motivo de preocupação e aborrecimento. Nunca a irresponsável, a errada. De uma maturidade absurda e ridícula. Desnecessária. A problemática que não se revela como tal.
Agora não importa a idade que eu tenha, pois sempre tive a mesma. O que mudaram foram as experiências e o que aprendi com elas. .
Sempre tive por volta de 40 anos. Sempre compreendi, nunca chorei em público porque estava decepcionada. A sensação de um tapa no rosto dado com palavras sempre foi sufocada: Estou bem. Eu entendo. Imagina, não tem porque eu ficar mal por isso.
E por dentro, bem lá no fundo onde ninguém vê, sempre tive 13 anos. Palavras que doeram feito tapas, socos, empurrões. Lágrimas que foram libertadas no esconderijo, ridiculamente sufocadas em público. Não poderia então uma criança chorar? Você tem que ser forte.
Chorar escondida. Sorrir sempre. Sorrir olhando no espelho, ainda com as lágrimas nos olhos, para tentar parecer uma atriz famosa.
Penso que talvez seja essa a minha poesia. Esse conformismo velado. Essa beleza de não ser a principal, mas sim a alternativa. Aquela que se procura quando a principal não agrada. Quando toda a expectativa com a ''mulher inatingível'' foi quebrada. Quando manter-se no limite da perfeição é demais, é insustentável. Quando se precisa daquela beleza que se acha nos cantos, no imperceptível.
Porque talvez em mim esteja a esperança. A última esperança. A esperança que se não encontra no brilho ofuscante, mas na calma da luz.

Luana H.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Hello, moonshiners!

Hello =)

Após uma longa hibernação, estou de volta. Blog novo, cara nova, nome novo.
Pois bem... Depois do Contos e Confissões e Sina Nossa, apresento-lhes I'm a moonshine.
Moonshine? Yes, Moonshine.
Sim. Moonshine é um tipo de bebida vendida pelo contrabando inglês.
Moonshine vem do verbo "moonshining", que designa qualquer profissão ou atividade que é feita na calada da noite.
Moonshine também significa conversa sem nexo, divagação.
Well... Agora temos o sentido.
O que verão aqui são conversas sem nexo, produzidas loucamente nessa mente constantemente clandestina.

Loucura? Sim, loucura.

” Sim, você é louco, louquinho. Mas vou lhe contar um segredo: as melhores pessoas são assim.
Alice no País das Maravilhas