'' Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi''
Caetano Veloso
Descobri que era apaixonada por São Paulo quando li o título, apenas o título, de Paulicéia Desvairada, do Mário de Andrade. Eu não sabia do que se tratava ainda, mas sempre fui apaixonada pela loucura. Ainda mais se fosse literária.
O título me despertou curiosidade pelo livro e pela cidade.
Ama e sonha como todos eles porque é feita de todos eles.
Há beleza nessa cidade que pulsa, que modifica vidas, que inspira. Há muita beleza nessa cidade feita de pessoas que trabalham muito. Há beleza no grito que ecoa do alto dos prédios, das estações, das periferias, dos muros, do cotidiano sufocante. Há beleza na cidade que não dorme e não se cala.