domingo, 17 de julho de 2011

Daquilo que verdadeiramente somos.

''Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.''
Martha Medeiros

Este marasmo tempo de férias de tudo tem me levado a uma pergunta única e constante: Quem sou eu de verdade?
Sim, essa pergunta tão fatal, simples, filosófica, retórica, essencial, infantil, sei-lá-o-que-mais. Foram muitas consagradas tentativas de iluminar esse caminho tão complexo. De Lewis Carrol, com a curiosa Alice, ao fabuloso José Saramago, com o romance mais dolorido e verdadeiramente humano que eu já li.
É difícil aceitar que a descrição de Luana, e toda formação imaginária que ela traz, possa responder essa pergunta.
E realmente não responde. A Luana professora não mostra que o que ela é agora traz a lembrança de muitas professoras. Traz aquela aula em que a professora falou sobre como só podemos ser interiormente atingidos se deixarmos. Traz aquela aula em que um assunto polêmico foi discutido ou aquela outra em que lemos um texto sobre o valor da amizade.
A Luana amiga, sorridente e engraçada não deixa tão evidente que aquelas tardes de conversa e tentativa de estudo deixaram marcas profundas. Boas e ruins. Meu rosto não mostra aquele abraço com lágrimas nos olhos que eu dei nos meus melhores amigos da oitava série no último dia de aula.
Eles não sabem que sou feita de livros, músicas, lágrimas, sorrisos, momentos bons, ruins. E outro fato curioso é que nem eu mesma sei o que forma essa estranha matéria. Como diria Alice, ''Posso explicar uma porção de coisas, mas não posso explicar a mim mesma''.
Não sei quais são esses pequenos pedacinhos que formam uma pessoa inteira. Não sabemos e ainda assim caímos nessa armadilha e achamos que conhecemos o coração das pessoas ao ponto de julgá-las. De dizê-las o que pensar, o que não pensar, o que achar,o que dizer, o que comer, o que vestir. Ou pior ainda, achamos que as pessoas são realmente o que vestem, o que comem, o que dizem.
Afinal de contas, como diria o grande José Saramago ''dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos''.

Luana H.


8 comentários:

  1. Começar com uma citação da Martha Medeiros é já me encantar de cara, ela escreve sempre coisas lindas. E você também tem o dom. :)

    p.s: Obrigada pela visita e por todo o carinho *-*

    Bisous ;*

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  2. "Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê."

    "dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".

    Pronto, Saramago e Martha Medeiros já disseram tudo. Deve ser por isso que ninguém nunca conegue se explicar inteiramente.
    Um beijo

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  3. Você faz mais do que bem em pensar no que é de verdade nesse período "de folga". A gente devia parar sempre pra pensar nisso, acho que é o que falta para as pessoas se darem conta do quanto podem ser melhores, avaliando a si mesmas constantemente.

    Arrasou! Já adorei seu blog!

    Beijos :*

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  4. É uma pergunta sufocante, não é? Quem sou eu. Mas eu acredito, Lu, que é isso mesmo. Existir sufoca um pouco. É uma responsabilidade muito grande.

    Que saudade de você e do seu espaço! Não sabia que tinha mudado de blog. Lindo aqui!

    Beijos, linda!

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  5. Eu tb tenho vivido essas fases de auto-conhecimento... É complexo né? Instrospectivo... E nada conclusivo!

    Super obrigada pelo carinho viu?
    Beijo grande...

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  6. Uma pergunta fatalmente sem resposta. Acredito, assim como a Martha, que somos aquilo que não se vê.

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  7. deve ser as férias qe estao fazendo isso com as pessoas! ou simplismente o fato de estar 'atoa'..
    tbm andei me fazendo esse tipo de pergunta! e adorei essa parte da frase da Alice, nunca li o livro, mas sempre tive interesse! quem sabe nessas férias eu crie coragem :P rss

    ah caso nao lembre, aqui eh a gaby do diarioderolos, mas to com esse blog agr http://sonhosmeiaquatro.blogspot.com

    beeijo

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