quarta-feira, 22 de junho de 2011

L.


''One forgotten phone call and I'm deflated
Oh these little defenses how they fail to comfort me
Your hand pulling away and I'm devastated...''
Alanis Morissette - So Unsexy

13 anos para sempre?
Algumas amigas superficiais. Uma paixão platônica para se distrair.
E, pra completar, uma ideia que ainda me assola. A sensação de ser substituta em tudo. Nunca o primeiro plano. Jamais o motivo de preocupação e aborrecimento. Nunca a irresponsável, a errada. De uma maturidade absurda e ridícula. Desnecessária. A problemática que não se revela como tal.
Agora não importa a idade que eu tenha, pois sempre tive a mesma. O que mudaram foram as experiências e o que aprendi com elas. .
Sempre tive por volta de 40 anos. Sempre compreendi, nunca chorei em público porque estava decepcionada. A sensação de um tapa no rosto dado com palavras sempre foi sufocada: Estou bem. Eu entendo. Imagina, não tem porque eu ficar mal por isso.
E por dentro, bem lá no fundo onde ninguém vê, sempre tive 13 anos. Palavras que doeram feito tapas, socos, empurrões. Lágrimas que foram libertadas no esconderijo, ridiculamente sufocadas em público. Não poderia então uma criança chorar? Você tem que ser forte.
Chorar escondida. Sorrir sempre. Sorrir olhando no espelho, ainda com as lágrimas nos olhos, para tentar parecer uma atriz famosa.
Penso que talvez seja essa a minha poesia. Esse conformismo velado. Essa beleza de não ser a principal, mas sim a alternativa. Aquela que se procura quando a principal não agrada. Quando toda a expectativa com a ''mulher inatingível'' foi quebrada. Quando manter-se no limite da perfeição é demais, é insustentável. Quando se precisa daquela beleza que se acha nos cantos, no imperceptível.
Porque talvez em mim esteja a esperança. A última esperança. A esperança que se não encontra no brilho ofuscante, mas na calma da luz.

Luana H.

4 comentários:

  1. Exatamente sobre o que estávamos conversando, rs.
    Mas acho que é isso... Socialmente falando, deveríamos ter 30, 40 anos. Carregar toda essa maturidade. Mas às vezes digo que não noto diferença em mim desde os 14 anos. Mas, por quê? Acho que deveríamos ter o direito de chorar quando sentirmos vontade, e não carregar as expectativas dos outros nas costas...

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  2. Fantástico Luana.

    13 anos pra sempre?

    Ás vezes é como se o primeiro amor, estivesse ali do outro lado do passado, entrelaçado na cortina do futuro, esperando um riso. Alguma nostalgia de fim de tarde. Queria eu poder existir sem pensar na minha idade sentimental.

    Um beijo. Parabéns!

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  3. Meninas e mulheres costumam se perder dentro de nós. No seu singelo texto vi um pouco da menina que sou e da mulher que assumiu papel em minha vida - e que tento não deixar que tome controle absoluto de meu exterior, pois ela também dói.

    Beijo.

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  4. Uau! Me chamam muito atenção esses conflitos. É uma grande ilusão pensar que vamos superá-los depois de certo tempo.

    Coisa mais linda!

    Beijos.

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