quarta-feira, 10 de abril de 2013

E quem é mesmo que eu sou?




Disse o misterioso gato que para quem não sabe onde vai, qualquer caminho serve. Mas para quem sabe onde vai, o gato não disse nada. Ou para quem pensa que sabe. Será que sabemos mesmo para aonde vamos?
Tenho pensado demais nos últimos dias. Em tudo. No tempo que passa, no que vai passar, no que pode ser... Hipótese. Tudo é hipótese.  O futuro é uma possibilidade que se multiplica a cada vez que penso sobre ele. A sabida boneca Emília disse que a gente vira hipótese depois que morre. Eu acho que a vida que é hipótese. Pura hipótese sobre coisas que ignoramos. Somos ignorantes até sobre nós mesmos.
Passo os dias pensando, formulando e criando uma história para mim. História que nem sei mais se gosto ou desgosto. Ontem sabia exatamente aonde queria chegar e hoje não sei mais se estou no caminho que deveria. Ou que escolhi. Ou que me foi imposto. Não sei. Eu não sei na verdade quem eu sou. 
  Não sei onde chegar, mas quero chegar rápido. Estou atrasada, estou atrasada! 
  Existir é um fato complicado e dolorido. A lagarta me aparece a todo momento e pergunta: ''Quem é você?'' Um medo danado de não seguir o que me foi dado, me foi predestinado e presenteado. Um presente de presente e um futuro sem saber o que vai ser. Será mesmo que é tudo nos dado de presente? Será que é tudo isso em vão...
Tenho aprendido pouco, muito pouco, sobre autocompaixão. Engana-se quem pensa que compaixão é apenas pena. É o sentimento de se colocar no lugar do outro, de compreender. Colocar-se em seu próprio lugar. Sofrer as suas próprias dores e deixar de ser o próprio algoz. É difícil compreendermos a nós mesmos. Mais ainda é entender que não temos todas as respostas e que às vezes nem sabemos direito quais são as perguntas. Eu não sei. Sinceramente, eu não sei de nada. Não sou mais a mesma que vi através do espelho pela manhã. 
Aqui fala uma pequena criança em crise. O teto se aproxima rápido demais da minha cabeça, mas não consigo passar do buraco da fechadura. E agora? O que é mesmo que acontece?


Luana H. 

4 comentários:

  1. Lu, obrigado por me avisar sobre um texto seu novo aqui. Eu, que por vários motivos (inclusive fiquei viúvo, não sei se você sabe) deixei de ser blogueiro (não sei até quando), tinha minha "recompensa" quando visitava um blog como o seu.
    E, hoje, fiquei ainda mais feliz, pois vi claramente a sua evolução. Depois de (talvez) dois anos sem visitar blogs, nem ler textos seus, vi aqui como, em um período tão curto de tempo, você amadureceu e consegue refletir sobre suas próprias contradições.
    Creio que, quando conseguimos isso (reconhecer nossas contradições), aceitamos também nossos defeitos e nossas decisões erradas. Amargamente, amadurecemos.
    Creio também nos que dizem que os grandes artistas são aqueles que mais sofrem. Porque não fingem. Escrevem com um peso nos ombros. O peso do sofrimento, que tem uma "vantagem", se podemos chamar assim: ajudou a criar grandes obras de arte.
    Penso também que sua nova vida, como professora, ajudou em sua evolução como escritora. Corrigindo provas, analisando textos, o seu próprio texto foi presenteado. Ficou mais denso e também mais "claro". E é difícil conseguir essa união.
    Melhor parar por aqui, senão meu comentário ficará maior do que seu belíssimo post.
    Mais uma vez, muito obrigado! Bjoo!

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  2. Lu, recomendo retirar essa "verificação de palavras". Só atrapalha, não ajuda em nada na hora de alguém publicar um comentário. Basta ir nas configurações e clicar em "não" na "verificação de palavras".
    Se você não sabe do que eu tô falando, faça o seguinte: tente você mesma postar um comentário aqui. Aí vai surgir o "verificador de palavras", um "monstro" pra quem é míope, como eu hehehe! Bjo!!

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  3. Como eu disse: todo meu amor por esse texto e todo meu abraço pela identificação com a situação.

    Mas estamos caminhando em direção à nossa mudança.

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  4. O futuro é uma possibilidade que se multiplica a cada vez que penso sobre ele.

    Sim, acho que todo mundo tem um certo medo, receio sobre o que virá e ás vezes ao invés de agir paralisamos. Mas isso e normal. Uma crise existencial talvez.

    Gostei do texto!

    Beijos

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